Está a terminar 2013, um ano em que se temia o pior e o pior aconteceu.
O país piorou.
É verdade que tecnicamente saiu da recessão mas ninguém vive do fenómeno técnico. Digo isto porque a saída técnica da recessão tem a ver com crescimento do PIB, ou seja, como se comportou o nosso PIB face a períodos anteriores. Ora, como o PIB tem caído brutalmente, especialmente em 2012, no decorrer de 2013 só restava subir e, por pouco que seja a subida em 2013, constata-se uma saída (técnica) da recessão.
Se não subisse é que seria catastrófico.
Enfim, é melhor que nada.

Mas, se em termos técnicos estamos a sair da recessão, em termos práticos e realistas estamos afundados nela.
As empresas continuam muito débeis, quer nas vendas quer nos financiamentos. Os clientes ainda estão cautelosos nas encomendas e os bancos nem com “caldos de galinha” emprestam dinheiro. Os bancos, para além de terem todos os receios em financiar, não têm dinheiro.
Nada…, não há “ovos para as omeletes”.

Os empresários também não estão melhor. Apesar de se desdobrarem em iniciativas, contactos e impulsos, a verdade é que parecem gastar energia em ciclos fechados. A movimentação é elevada mas tudo acaba por voltar ao mesmo sítio.
Mesmo para os mais frenéticos e dinâmicos, os famosos empreendedores de outros tempos e métodos, pela sua experiência e contactos, desdobram-se em influências e habilidades mas…, nada.
Nada…, “nem ovos e qualquer dia nem sertã”, que é o mesmo que dizer, nem recursos nem empresa.

E então?
Na minha humilde visão, por que não parar o frenesim? Parar e decidir um par de coisas simples como, planificar a empresa e apostar em gestão a sério.
É que gerir nos dias de hoje não é apenas gerir recursos. Não é fazer reuniões e decidir os custos. Não é vender sem saber se se vai cumprir. Não é reagir aos problemas sem os ter antecipado.
É que gerir nos dias de hoje não é apenas mandar. Não é liderar sem dar o exemplo. Não é exercer o poder só porque se tem o poder. Não é descartar os que não têm responsabilidades na conduta.

Gestão é muito mais e cada vez mais ainda. É ir além do conhecido e com uma única certeza – só sobreviverão as empresas que se adaptarem à gestão a sério.
“É ovo mas é de Colombo”.

José Miguel Marques Mendes
CEO