Em termos de gestão de empresas esta relação entre as ameaças e as oportunidades é uma constante e as pessoas têm de estar permanentemente atentas porque a vida da empresa não pode, definitivamente, ancorar nas ameaças. As ameaças são apenas um sinal de que há uma potencial evolução a fazer, ou seja, há algures uma oportunidade que este “sinal de ação” deixa antever.
É preciso aceitar as coisas como elas são, como se nos apresentam, e transpor essa realidade é uma forma de construir o futuro, é uma atitude.
Gerir ameaças e oportunidades é um assunto muito sério, acima de tudo pela incerteza e mudança que daí pode advir para o dia a dia da empresa. Pode consumir tempo, energia, criar desmotivação e maus resultados.
É um tema complexo e por isso alguma simplificação de perspetiva pode ser útil, como ter em conta que:
A ameaça pode vir de todo o lado, desde logo internamente por razões laborais, questões técnicas, défice organizativo ou más decisões de gestão. Externamente o panorama ainda é mais amplo dada a dimensão dos mercados, clientes e produtos, ou por algum fenómeno conjuntural, nacional ou internacional.
O tempo gasto na perceção da ameaça e na sua análise é decisivo. O tempo que se leva a perceber que se está perante uma ameaça, na proximidade do muro ou mesmo do abismo, pode ser catastrófico. É necessário perceber rapidamente que se está perante uma ameaça e gastar o tempo justo, o tempo útil na sua apreciação, no seu diagnóstico. O tempo empresarial é crucial e não se pode ficar indefinidamente à volta do problema ou da incerteza da solução.
As pessoas certas nas funções certas, uma vez tomada a decisão sobre o caminho a fazer, é garantir que o que tiver que acontecer vai mesmo acontecer. São as pessoas certas nas funções certas que fazem acontecer as coisas.
O detalhe é a liderança. Não se fazem omeletes sem ovos e liderar é ter a coragem para decidir em tempos de incerteza. É um detalhe em todo este processo transformacional. Por vezes estes líderes são difíceis de encontrar, mas existem, mesmo dentro da própria organização. Estas pessoas especiais existem só que a organização desconhece, parece que não as tem, mas uma boa gestão das ameaças são oportunidades para muitos quadros.
Ameaças são oportunidades para todos sempre e quando a organização tenha maturidade para lidar com este fenómeno como natural e de riqueza evolutiva.