Informação pública e divulgada pelo IFD.

Não tenho pena dos resultados em si mesmo, apurados em 2014 e que se admite não serem muito diferentes nos dias de hoje.
É mais do que isso.
Não deixa de ser dramático que 35% das PMEs portuguesas tenham Ebitda negativo e, quase metade, resultados negativos.
É um drama insofismável, mas a minha pena vai mais além.

Tenho pena de não ver as coisas a evoluir e as empresas a puxar pela sua rentabilidade operacional, pelo seu Ebitda.
Uma coisa é ter Ebitda negativo e outra é perceber que está numa tendência de deixar de o ser.

As rentabilidades não evoluem, ou porque não há apoios à exploração, ou porque não há gestão competente, ou porque a economia não cresce, enfim, são enumeras as razões, mas a verdade é que o panorama não é bom.
Estou pessimista e tenho pena. Tenho pena do panorama.

É impossível não ter pena de uma conjuntura tão desastrosa, assente em três pilares de gelatina:
1. Banca
Os bancos estão completamente centrados em torno de si mesmo e não apostam nas empresas que evidenciem algum risco. Os bancos estão a tentar resolver os seus próprios problemas e não decidem para além do óbvio e natural. Estão a medo. Olham para a “fotografia” atual e não valorizam a evolução, precipitando desastres que podiam ser evitados.
2. Gestão
A gestão das empresas têm défice de profissionalismo e conhecimento, isto é, não assentam a sua atividade em planos de viabilidade objetivos e com método de trabalho focado na rentabilidade operacional. Estou convencido que numa grande dimensão de empresas, a gestão assenta em quem é proprietário e não em quem sabe.
3. Compromisso
Para salvar uma empresa é preciso um compromisso dos acionistas e da banca. Os acionistas, se querem salvar a sua propriedade, têm de conseguir aportar dinheiro à empresa da mesma forma que noutros momentos retiraram. Se não são capazes de a financiar quando é preciso, então não estão em condições de manter a sua propriedade. É assim de cruel. Aliada a esta atitude, a banca deve comprometer-se também e apoiar. O que sucede é que só se está a pedir à banca que aposte na empresa que, por sinal, até nem é dela.

Está muita coisa errada que explica o drama do Ebitda negativo em 35% das empresas. E muitos empresários, na própria gestão da empresa, perguntam-se o que é isso do Ebitda?
É simples.
É um indicador que só pode ter um resultado: ser positivo.

A Mistura Singular está a fazer o seu papel no Turnaround de Resultados, mas não faz milagres. Algumas transformações até parecem milagrosas, mas não são. São mérito dos protagonistas da empresa e dos seus compromissos para com a empresa.
Parabéns!

José Miguel Marques Mendes
CEO