E assim vai a coisa em Portugal.

96% dos Gestores são portugueses
De entre os cerca de 400.000 profissionais de gestão em funções nas empresas portuguesas, 96% são portugueses. Isso é bom para validar a nossa capacidade, talento e formação de quadros.

51% das empresas estrangeiras em Portugal têm líder português
Pois é…, começamos a ficar habituados a conviver com a nacionalidade das pessoas e das empresas. O dinheiro circula, de forma discreta, toma o seu lugar nos capitais das empresas e, paulatinamente, Portugal é apenas uma parte do mundo global. Curiosamente, com esta migração de capitais também migra a competência nacional.

68% dos Gestores são homens
Apenas 1/3 dos profissionais de gestão são mulheres. Hoje mais do que nunca mas é fundamental evoluir nesta relação. Não por uma questão feminista, mas feminina. As mulheres têm características a aportar à liderança e às equipas de trabalho que, em minha opinião, nos homens está a ficar “aborrecida e previsível”.

85% dos Gestores estão em Micro-Empresas
Este é o número mais deprimente. Mostra a quantidade de profissionais que aplicam o seu conhecimento e responsabilidade em empresas que faturam menos de 2 milhões de euros por ano.
Não desvalorizando as empresas pequeninas, a verdade é que Portugal está inundado delas.
Só me resta perguntar:
-Porquê que os owners destas empresas não se juntam para fazerem escala, ganhar sinergias de gestão e atrair novas valências, gerando mais valor?
De que estão à espera? Onde está a humildade empresarial? Se é que existe…

65% das vendas vêm das empresas Médias/Grandes
E, portanto, repare-se que, apesar de existirem muitas, muitíssimas PMEs, 2/3 das vendas são devidas às empresas que faturam mais de 10 milhões de euros por ano, e estas só ocupam 5,5% dos gestores.

Ui…
Impressionante a constatação sobre o crescimento das empresas no período entre 2012-2016. Não crescem, simplesmente. Só as Grandes, que já são grandes, crescem. As Micro, Pequenas e Médias, todas encolheram.
Para mim está cada vez mais claro.
Juntem-se, juntem-se senhores empresários. Minimizem-se as ‘hortas’ e os ‘quintais’ e desenvolvam terrenos férteis em valor acrescentado e futuro sustentável.
Somos bons, temos talentos e competências, mas os empresários não desenvolvem perfil dimensional. Gostam de se agarrar às coisas suas. Preferem ter pouco mas seu, do que mais mas partilhado.
Depois não se queixem. Não se queixem de não terem sobrevivido ao mercado globalmente, complexo e implacável.

*dados INFORMA D&B

José Miguel Marques Mendes
CEO