Todas as pessoas têm um preço!
É uma expressão usada em muitos cenários da vida, alguns deles são mesmo cenários de ficção e apenas pretende evidenciar que todos somos mentalmente frágeis.

Não quer dizer que literalmente nos vendamos por dinheiro, por uma quantidade de dinheiro. Quer dizer que, perante alguma adversidade, alguma circunstância da vida, todos aceitamos flexibilizar os nossos princípios e aceder a algo que a vida nos coloca.

Por dinheiro, por poder, por sexo, por medo, por ansiedade ou por outro pensamento emocional qualquer, as pessoas saem dos carris da paz interior. Perdem-se de si mesmas.

Poupo-me e poupo o leitor, de dar exemplos da vida em que nós saímos da verdade interior, daquilo que é ético, moral e da prática de bons costumes.
Na vida, há milhares de anos que a sociedade regula os nossos comportamentos com regras, leis e até conceitos ou preconceitos. E, com tudo isto, a nossa mente, os nossos pensamentos, vão sendo formatados.
Sair disso pode significar sair do nosso equilíbrio interior, da nossa paz.
É como se vendêssemos a Alma.

Porém, para além da venda do nosso equilíbrio emocional, há a venda da nossa dignidade, dos nossos valores, do respeito para com os outros.
É terrível, mas é muito comum.
Refiro-me exatamente aos que se vendem por dinheiro. Os que efetivamente arriscam a sua vida, a sua relação com a família e com a sociedade, apenas pela materialização.

Os crimes que temos estado a presenciar no seio da justiça, ao longo dos anos, mostram o que de mais terrível as pessoas podem fazer – roubar.
Roubar os outros, roubar as organizações, roubar o Estado.

Rendem-se aos apegos materiais, aos apegos pelo poder, não resistem ao terror do pensamento interior que demanda mais dinheiro, ter mais coisas, ascender numa hierarquia e… vão por ali fora.
Fazem mossa aqui e ali, quer seja em si, na sua consciência, quer seja através do mal de outros.
Vão ganhando batalhas sem ter noção da guerra.

A certa altura, estão tão metidas na coisa, tão dependentes daquilo, que acabam a enterrar-se na porcaria que fizeram.

E são pessoas instruídas, não mentecaptos, mas que tiram aos outros para proveito próprio.

Há milhares de anos que se cometem crimes, materiais, sexuais, passionais, entre outros, numa clara evidência que a mente humana está conspurcada de má formação do pensamento.
Aumenta a faculdade de pensar, mas não aumenta a gestão do pensamento.
É verdade!
O ser humano cada vez pensa mais, mais rápido, mais acelerado e fica muito pressionado por esses mesmos pensamentos. Como se esses pensamentos fossem uma voz interior a dizer – «Vai, vai, faz, faz…» – e por aí fora.
Quando não se sabe lidar com isso, isso gera muita ansiedade. Uma ansiedade que combate os escrúpulos, os princípios e faz a pessoa sair da sua órbita de bem fazer, a si e ao próximo.

Diria que o ser humano não é inteligente. É esperto. E toda a esperteza tem um preço.

Anda meio mundo a enganar outro meio, seja no que for, para no final acabarmos todos presos. Uns presos em cadeias e outros presos na sua própria consciência.

Mas há exceções, naturalmente.
Há pessoas que apesar de não serem santas pessoas, são boas pessoas.
São pessoas que não dificultam a vida ao seu semelhante.
Reparemos nisso!
Não se enervam, não se exaltam, não agridem os outros. Não perturbam a estabilidade emocional dos outros, muito menos roubar-lhes algo.
As boas pessoas não tiram nada a ninguém, nem material nem emocionalmente falando.
Não são Santos, mas estão na nossa vida como um exemplo do que é viver com o outro. Só temos que estar atentos, apaziguados connosco para os poder ver.
Andam por aí.
São pequenos deuses do mundano!

Boas Festas.

José Miguel MM