Este texto é sobre a consciência coletiva, a perspetiva coletiva, o que vivenciamos em nosso redor como um efeito da globalização, das culturas sociais, económicas e financeiras.
Não são palavras técnicas porque isso levaria a mensagem para outro contexto. São palavras sobre perceção e comportamentos.

A cada passo parece haver uma ideia geral de caos instalado no mundo e na gestão dos povos. A cada passo olhamos o mundo e parece que “nos estão a vender”, pela comunicação social, essencialmente, mas depois em muitos textos de opinião, a ideia de que se está a instalar uma desgraça, uma catástrofe, o problema do século, uma coisa jamais vista, etc., etc., e com isso vamos criando uma perceção de caos, de que nada estabiliza.

Exemplificando, e para não ir muito longe, tivemos a Troika (era o Diabo para Portugal), a Pandemia (uma Guerra com inimigo invisível), a Guerra na Ucrânia (início da 3ª guerra mundial), há cerca de um ano temia-se uma Deflação (falências das empresas), agora temos a Inflação (vem a pobreza e a fome).
Tenho ouvido as notícias falarem da subida das taxas Euribor para 1 e 2% como um “problema muito sério” para as famílias que têm crédito habitação (quase todos), no entanto, rapidamente nos esquecemos que as taxas andam há anos em valores negativos.

Caos?
Passa-se mal em cada momento, é verdade. Passa-se sim, mas será o fim do mundo como a cada passo nos querem fazer crer?
Passou a Troika, passou a Pandemia, a Guerra vai passar e a Inflação irá estabilizar em números que nada têm a ver com os 7 ou 8%. A Euribor vai para onde sempre esteve.
Tudo tem picos, essencialmente quando surge, e creio que a comunicação social, os comentadores de opinião, e outros interessados no sensacionalismo, elevam as coisas a um ponto que geram uma tensão miudinha nas pessoas.
Pessoalmente não tenho disponibilidade mental para esse alarmismo imediatista com vista em vender a notícia hoje porque…amanhã é outro dia.

Tudo muda a uma velocidade impressionante. Surge e vai, e não devemos agarrar-nos às sensações, quer quando surge a coisa quer quando se vai. Se assim for, se adotarmos essa atitude de observação, sem identificação, livramo-nos de instalar em nós um caos mental, como o mundo, que afinal não vive caos nenhum.
E assim estamos mais em consonância com o todo e não deixamos que os “mensageiros da desgraça – profetas da desgraça” afetem a nossa sanidade mental.

Cuidado!!!
Cerca de 30% da população mundial sofre de depressão ou ansiedade, segundo a OMS. Por um lado será perda de esperança e por outro, talvez medo.
A ideia de caos a toda a hora pode fazer perder a “ilusão em viver” ou criar “medo em viver”.

O que há no mundo são ajustes globais, quer pela Natureza quer pelo Homem. É um fenómeno de mudança à escala global que visa apenas o equilíbrio das coisas. E porquê? Porque a Natureza Universal (Humana, Flora, Fauna, Terra, Mar, Temperatura e Vento) mudam a todo o momento.
Tudo muda a todo o momento.

Portanto, para mim, Caos não existe. Pode num determinado momento parecer um estado caótico, mas logo essa perceção se dissipa.
Aliviemos o nosso interior, os nossos pensamentos, o nosso comportamento, dessa perceção de caos, como se um mundo fosse acabar ou não tivesse remédio.
Aliviemos o nosso interior dessa sensação de caos porque podemos enveredar por um caminho de desespero, ansiedade, depressão e até pânico.
Vivamos com serenidade, equilíbrio emocional, com a consciência de que tudo muda, tudo passa.

Que a Consciência nos Homens se manifeste!
José Miguel MM